O altar cristão é símbolo
direto de Nosso Senhor, o túmulo do Cristo que acolheu seu corpo morto e foi
digno de contemplar sua gloriosa ressurreição. Sob o altar, se depositam
relíquias de primeiro grau dos santos, conforme antiquíssima tradição. Desse
modo, ele é de certa forma túmulo daqueles que viveram para Cristo e, como ele
no sepulcro do calvário, aguardam gloriosa ressurreição.
"117. Altare una saltem tobalea albi coloris cooperiatur." (Introdução Geral do Missal Romano, 3ª edição, 2002)
É
costume no rito romano cobrir-se o altar com até três toalhas, indicando sua
dignidade. Permite-se, entretanto, usar-se uma única, todavia o número três é
de especial maneira simbólico na vida cristã, o uso de múltiplas toalhas é uma
das formas de distinguir entre o altar e uma mesa comum. A toalha é colocada
sobre o altar no dia de sua dedicação, após ele ser ungido com o Santo Crisma e
incensado pelo Bispo; as toalhas do altar nos recordam o santo sudário que
recebeu o corpo de Cristo quando de seu sacrifício e assistiu a ressurreição do
autor da vida.
"Super
ipsum vero aut iuxta ipsum duo saltem in omni celebratione, vel etiam quattuor
aut sex, praesertim si agitur de Missa dominicali vel festiva de praecepto,
vel, si Episcopus dioecesanus celebrat, septem candelabra cum cereis accensis
ponantur."
Sobre o
altar, ordena o Missal Romano, sejam colocadas pelo menos duas velas. Todavia,
a tradição da igreja reconhece uma hierarquia entre as missas. Não que umas
sejam sacramentalmente mais eficazes que as outras, mas reconhece a
diferenciação das diferentes missas celebradas ao longo do ano litúrgico para
melhor nos catequizar nos mistérios da vida de Cristo e da Igreja ao longo do
tempo. Assim, nas missas feriais, isto é, de dias de semana, se faz uso de duas
velas. Nas festas, aquelas missas um pouco mais importantes que possuem duas
leituras, o Gloria, mas não o Credo, faz-se uso de quatro. Nas solenidades e
domingos, mas missas de maior grau nas quais se canta o gloria e diz-se o
credo, usa-se seis velas. E quando o Bispo diocesano celebra a liturgia, e
apenas nesta ocasião, se faz uso de até sete velas.
"Item
super altare vel circa ipsum habeatur crux, cum effigie Christi crucifixi.
Candelabra autem et crux effigie Christi crucifixi ornata in processione ad
introitum afferri possunt."
Sobre o
altar ou perto dele, deve ser posta a imagem do Cristo Crucificado. Não de
simples cruz, mas do crucifixo. Essa imagem do Filho do Homem entre os sete
candelabros de ouro, como nos é apresentada em Ap1,12, aparece no altar em sua
forma mais solene. Mas também na forma mais simples, deve o Cristo ser o centro
como nos ensinou o Papa Emérito Bento XVI; a Eucaristia é mistério pascal,
portanto de morte e ressurreição, assim como não podemos celebrar a morte de
Cristo e nos esquecer de sua ressurreição, também não a ressurreição perde seu
significado sem sua entrega no calvário. E embora a cruz possa estar de lado, ,
o Papa Emérito ressalta que é preferível o crucifixo no centro, para que nem o
sacerdote nem a assembleia tomem a primazia de Jesus nas nossas celebrações.
"Super
ipsum altare poni potest, nisi in processione ad introitum deferatur,
Evangeliarium a libro aliarum lectionum distinctum"
Também o
livro dos Evangelhos, o Evangeliário, seja colocado sobre o altar. Veja que não
se trata do lecionário, onde comumente se fazem as leituras da missa, mas de um
livro particular que contém apenas os Evangelhos. Este livro, grande símbolo do
Cristo-Palavra é solenemente posto sobre o altar, do início da celebração até a
proclamação do Evangelho. Na procissão de entrada, pode ser levado
imediatamente a frente do celebrante. Este livro, quando retirado do altar, dá
lugar a uma presença mais perfeita do Cristo, a Eucaristia. Assim como a
palavra de Deus precedeu o verbo encarnado na história da salvação. Também na
liturgia, as escrituras dão lugar a Eucaristia indicando como a figura dará
lugar a realidade, este mundo dará lugar ao Reino dos Céus.
Por Kairo Rosa Neves de Oliveira
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